O jornalismo cívico refere-se a uma aproximação entre os media e a
comunidade. O movimento procura inserir
o jornalista e a sua audiência nos processos políticos e sociais, em detrimento
da mera condição de espectadores de factos.
O conceito nasceu na década de 90, nos EUA, com o objectivo de
conferir novamente credibilidade aos jornais americanos perante a sociedade. A
revolução iniciou-se devido à desconfiança gerada em relação aos meios de
comunicação de massa durante as eleições.
Da Colômbia à Finlândia, do Senegal à Dinamarca, essa filosofia/noção/prática nasce dentro das salas de redacção de meios tradicionais de comunicação, veículos que, em maior ou menor grau, encontravam-se com perda de credibilidade e, quase por consequência, queda na circulação. (Lima, Marcus: 2)
Da Colômbia à Finlândia, do Senegal à Dinamarca, essa filosofia/noção/prática nasce dentro das salas de redacção de meios tradicionais de comunicação, veículos que, em maior ou menor grau, encontravam-se com perda de credibilidade e, quase por consequência, queda na circulação. (Lima, Marcus: 2)
O movimento, liderado por jornalistas, professores e profissionais dos
media, tentou demonstrar e questionar, através de projectos, conceitos fundamentais
do jornalismo e propor uma nova atitude de relacionamento com a audiência.
O jornalismo público não é um novo jornalismo, mas uma forma de
cumprir mais fundamentada, participativa, voltada para o interesse do cidadão.
A
importância do papel activo das faculdades na formação dos jovens jornalistas
O jornalista apresenta um crucial papel de socialização, pelo que
torna-se importante reflectir sobre novas formas de abordar a actualidade.
“Também os professores dos cursos de jornalismo precisam compreender esse
papel, deixando de lado o treinamento de profissionais que visem atender as
exigências organizacionais das empresas de informação, o que contribui para a
precarização do trabalho e a pouca qualidade e utilidade dos conteúdos
produzidos”.(Lima, Marcus:2)
Embora as iniciativas de jornalismo cívico apresentem as características
mais diversas, variando de empresa para empresa, três tipos de iniciativas têm
sido descritas, pelos teóricos, como as principais acções nesse sentido:
iniciativas que visam a maior participação nos processos eleitorais e nas
decisões de políticas públicas; produção de séries de reportagens especiais, a
partir de um maior entrosamento dos jornalistas com os cidadãos; esforços para
tornar as práticas de jornalismo cívico como essenciais para as rotinas
produtivas de selecção, produção e avaliação do trabalho jornalístico mais
amplo. (Lima, Marcus:5)
Todos estes
princípios provocam uma reestruturação da redacção, implicando delegar
autoridade e gerenciamento de baixo para cima.
Reestruturar a sala de redacção em um modelo organizacional baseado em
“círculos”
substitui o modelo tradicional do controlo e do comando por um modelo baseado
no “gerenciamento participativo”. As reuniões são abertas e sugestões não são
apenas bem-vindas como esperadas, desde ideias para reportagens até o compartilhamento
de decisões administrativas. (Lima Marcus: 7)